A Prefeitura de Belém enfrenta um desafio financeiro significativo ao assumir uma dívida de R$ 284 milhões deixada pela administração anterior. Desse total, R$ 96 milhões são referentes ao contrato com a empresa Ciclus, responsável pela coleta de lixo e limpeza urbana. Apesar do montante expressivo, a atual gestão já quitou R$ 32 milhões e trabalha para evitar impactos no serviço.
A situação foi detalhada pela Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel) em coletiva de imprensa. A titular da pasta, Thayta Martins, ressaltou que a maior parte da dívida está vinculada à limpeza pública e ao tratamento de resíduos sólidos.
Apesar do pagamento parcial da dívida, ainda há pendências referentes aos últimos meses de 2024. O contrato firmado anteriormente previa repasses mensais de R$ 30 milhões por um período de 30 anos, mas nenhuma parcela foi quitada antes da mudança de gestão.
Além da questão financeira, a Sezel alertou para a situação do aterro sanitário de Guamá, em Marituba, que se aproxima do fim da vida útil. A empresa Ciclus havia assumido o compromisso de construir um novo aterro em Acará, mas, até o momento, não há indícios de que o projeto esteja avançando.
A crise financeira herdada pela prefeitura também impacta outros serviços urbanos. Débitos anteriores comprometeram investimentos em obras de drenagem, tapa-buracos e aquisição de equipamentos.
Ainda assim, a prefeitura assegurou que seguirá com a coleta de lixo e pretende fortalecer parcerias com cooperativas de reciclagem para ampliar a coleta seletiva na cidade.
Nos próximos dias, um novo cronograma de pagamento será apresentado à Ciclus, na tentativa de regularizar a dívida e manter os serviços essenciais funcionando sem interrupções. Enquanto isso, a administração municipal segue buscando soluções para equilibrar as contas e garantir que Belém não sofra impactos ainda maiores.