Presidência da CBF

Ednaldo Rodrigues desiste de retorno à CBF e abre caminho para eleição

Ex-presidente retirou recurso no STF e afirmou que não disputará novo mandato; Samir Xaud, da Federação de Roraima, deve assumir o cargo

 

A crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) chegou ao fim nesta segunda-feira (19/05) com a decisão de Ednaldo Rodrigues de desistir do recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) que pedia sua recondução à presidência. O ex-dirigente também anunciou que não participará das eleições marcadas para domingo (25/05) — um gesto que, segundo ele, busca "restaurar a paz no futebol brasileiro".  

O movimento encerra meses de tensão judicial, iniciados em dezembro de 2023, quando Ednaldo foi afastado pela Justiça do Rio de Janeiro sob acusação de irregularidades em sua eleição. Apesar de ter retornado ao cargo via liminar do STF em janeiro, novo revés veio em maio, após denúncias de falsificação de assinatura em um acordo que o mantinha no comando da entidade.  

Por que Ednaldo recuou?

Em documento enviado ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, a defesa de Ednaldo citou o desgaste pessoal:  

  • Impacto familiar: "Sua vida tem sido abalada por insinuações injustas e criminosas", diz o texto.  
  • Acusações: O acordo questionado envolvia o ex-presidente da CBF Coronel Nunes, que, segundo laudos médicos, não teria condições cognitivas para assiná-lo devido a um câncer no cérebro.

"Este gesto, sereno e consciente, rejeita narrativas que ferem minha honra e da minha família", afirmou Ednaldo, que desejou "sorte" ao sucessor.  

Quem assume a CBF?

Com a desistência de Ednaldo, o caminho ficou livre para Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol. Ele é o único candidato registrado para a eleição deste domingo, após articular apoio de 25 das 27 federações estaduais. Sua chapa prevê:  

  • Reformulação do calendário brasileiro;  
  • Fortalecimento das competições nacionais;  
  • Descentralização de decisões da CBF.  

A posse deve ocorrer antes da convocação oficial do técnico Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira, prevista para 26 de maio.  

O legado da crise 

O caso expôs frágeis mecanismos de governança na CBF:  

  • Judicialização: Dez meses de disputas judiciais paralisaram reformas;  
  • Divisão política: 19 das 27 federações assinaram um manifesto por renovação na presidência da CBF;
  • Herança para Xaud: Pressão por transparência e fim de "oligarquias", como citou a defesa de Ednaldo.  

A eleição de domingo será supervisionada pelo interventor Fernando Sarney, vice-presidente da CBF.  

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