O Rio de Janeiro entrou para a história do esporte mundial nesta segunda-feira (27/05). A cidade foi escolhida como sede do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa em 2029, tornando-se a primeira do continente americano a receber a competição. A decisão foi anunciada durante assembleia da Federação Internacional (ITTF) em Doha, no Catar, após três rodadas de votação que culminaram em uma vitória esmagadora sobre a China: 131 votos a 68.
Uma conquista coletiva
A candidatura carioca superou rivais de peso: Berlim (Alemanha), San José (EUA) e uma cidade na China. O resultado veio após uma apresentação emocionante que destacou a infraestrutura olímpica da cidade — como o Arena Carioca 3, palco dos Jogos de 2016 — e contou com depoimentos do prefeito Eduardo Paes, do presidente do COB, Marco La Porta, e do ídolo Hugo Calderano, vice-campeão mundial em 2025.
"Realizaremos o maior Mundial de todos os tempos. O Brasil tem desbravado fronteiras no tênis de mesa, e o Rio estará de braços abertos para receber o mundo", declarou Vilmar Schindler, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
Por que o Rio venceu?
A escolha reflete uma estratégia bem-sucedida da ITTF para expandir o esporte além do eixo Ásia-Europa, dominado por potências como China e Alemanha. Outros fatores pesaram:
- Legado olímpico: A cidade já sediou eventos como os Jogos de 2016 e a Copa do Mundo de 2014.
- Momento do tênis de mesa brasileiro: A prata de Calderano no Mundial de Doha (2025) quebrou um domínio de 22 anos de pódios exclusivos para asiáticos e europeus.
- Apoio político: O governo federal e municipal articularam uma campanha unificada, com garantias de investimento em segurança e logística.
O que esperar em 2029?
O torneio reunirá os 64 melhores jogadores do mundo em uma estrutura que promete inovações:
- Palco principal: Ginásio do Maracanãzinho, com capacidade para 15 mil pessoas.
- Tecnologia: Transmissões em 8K e sistema de replay em tempo real para lances polêmicos.
- Programação paralela: Eventos culturais e clínicas esportivas em comunidades como a Rocinha.
Impacto para o Brasil
A confirmação da sede é um marco para o esporte nacional:
- Projeção internacional: O país se consolida como hub para eventos de tênis de mesa.
- Incentivo a novos talentos: A CBTM planeja criar 50 núcleos de formação até 2027.
- Retorno econômico: Expectativa de R$ 500 milhões em movimentação turística.
"Tinha que ser para a Cidade Maravilhosa. Faremos um campeonato inesquecível", celebrou Alaor Azevedo, vice-presidente da ITTF e líder da delegação brasileira em Doha.