Rússia X Ucrânia

Macron condena agressão russa e defende soberania da Ucrânia

Ao lado de Lula em Paris, presidente francês reforça que não há equivalência entre Rússia e Ucrânia no conflito e destaca proposta de paz já aceita por Kiev

 

Durante uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (5), em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que a Rússia e a Ucrânia não devem ser colocadas no mesmo nível no contexto da guerra em curso no leste europeu. Segundo ele, é essencial reconhecer a assimetria entre os dois países, sobretudo ao considerar as origens e a condução do conflito.

“É fundamental termos clareza. Não se trata de dois lados em pé de igualdade. Existe um agressor, que é a Rússia, e um país agredido, que é a Ucrânia”, afirmou Macron. “Queremos a paz, mas essa paz não pode ser construída sobre o esquecimento de quem violou o direito internacional e a soberania alheia.”

O presidente francês também destacou a importância de manter o apoio internacional à Ucrânia, reforçando que o país europeu enfrenta não apenas uma invasão territorial, mas uma tentativa sistemática de enfraquecer sua independência política e seu povo. Macron alertou para os perigos de um “falso equilíbrio” diplomático que desconsidere o papel da Rússia como iniciadora das hostilidades.

Ele mencionou ainda a proposta de cessar-fogo apoiada pelos Estados Unidos, que, segundo ele, já foi aceita pela Ucrânia desde março. No entanto, o presidente russo Vladimir Putin segue recusando os termos e não demonstra disposição para interromper as ações militares. “A recusa em aceitar um cessar-fogo revela que o Kremlin não busca uma solução pacífica verdadeira, mas sim a manutenção do controle e da violência”, declarou Macron.

Ao lado de Macron, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também se pronunciou sobre o conflito. Em visita oficial à França, Lula reafirmou que o Brasil é contra qualquer forma de ocupação territorial, defendeu a paz como princípio fundamental da política externa brasileira e lembrou que seu país, em parceria com a China e outras nações emergentes, apresentou uma proposta de mediação que busca abrir caminhos para o diálogo e a negociação entre as partes envolvidas.

“Nós somos contra a guerra, somos contra a ocupação do território ucraniano. O Brasil entende que a soberania deve ser respeitada em todos os casos”, afirmou Lula. “O Brasil está pronto para contribuir, mas isso só será possível quando houver vontade política real das duas partes para negociar a paz. Não se constrói uma solução duradoura com armas na mão.”

O encontro entre Macron e Lula também tratou de outros assuntos relevantes para os dois países, como o combate às mudanças climáticas, investimentos em energias renováveis, reformas institucionais globais e o fortalecimento da parceria estratégica entre França e Brasil.

A fala conjunta de ambos os presidentes sinaliza um esforço comum para promover o diálogo diplomático internacional e reafirma o compromisso com os princípios do direito internacional e da cooperação multilateral.

Com informação Agência Brasil 

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