SAÚDE PÚBLICA

Amapá declara emergência em saúde pública devido a explosão de casos respiratórios

Hospitais infantis operam com 100% de ocupação

 

O Governo do Amapá decretou, na última terça-feira (20), estado de emergência em saúde pública diante do aumento de atendimentos por síndromes respiratórias, principalmente entre crianças. A situação afeta diretamente hospitais da rede estadual, como o Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e o Pronto Atendimento Infantil (PAI), ambos operando com taxa de ocupação de 100% nos leitos clínicos e de UTI.

Segundo o Executivo estadual, só na última semana, o número de internações cresceu 25%. Entre 1º de abril e 20 de maio, o PAI atendeu 1.215 crianças com quadro de síndrome gripal e 257 com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — uma condição que exige atenção redobrada por poder evoluir rapidamente para quadros críticos. Também há registros confirmados de Influenza A e B e casos ativos de Covid-19.

Para conter a crise, o governo anunciou medidas emergenciais, como a ampliação de leitos hospitalares, reorganização de fluxos de atendimento, criação de novas salas vermelhas (semi-intensivas) e brancas (ambientes com menor risco de contaminação), além da adaptação de estruturas para atendimento intensivo.

No Hospital da Mulher Mãe Luzia, 51 recém-nascidos com até 28 dias de vida foram diagnosticados com doenças respiratórias só neste ano. Desses, 14 precisaram de UTI Neonatal, e quatro chegaram a ser entubados. Em muitos casos, os bebês já haviam recebido alta hospitalar e foram contaminados em casa. O Hospital Estadual de Santana também enfrenta pressão: mais de 3 mil pacientes deram entrada recentemente com sintomas respiratórios.

A situação no Amapá reflete uma tendência observada em outras regiões do país com a chegada do outono e a aproximação do inverno, períodos marcados pelo aumento de infecções respiratórias, especialmente entre crianças e idosos. O ar mais seco, a maior circulação de vírus como Influenza e SARS-CoV-2, e a tendência de permanência em ambientes fechados contribuem para a disseminação dessas doenças. 

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