Na última quarta-feira, 19, os brasileiros que foram feitos de escravos em Myanmar chegaram ao Brasil. Em sua chegada, eles disseram estar aliviados após desembarcaram em Guarulhos.
As vítimas de tráfico humano, Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, foram seduzidos por promessas de emprego na Tailândia, mas acabaram sequestrados e levados a Myawaddy, cidade de Myanmar, país que vive em guerra civil.
Aprisionados, eles contaram que eram obrigados, por uma máfia local de origem chinesa, a aplicar golpes financeiros, pelo Whatsapp, para arrecadar recursos para a organização. Caso não conseguissem alcançar metas, eram torturados.
Antes, Luckas trabalhou nas Filipinas, em uma empresa de games, e depois em um hostel, na Tailândia. Até que encontrou uma proposta de emprego de R$ 8 mil por mês e decidiu aceitar, em outubro do ano passado.
Tortura e plano de fuga
Os brasileiros contaram que tentaram fugir do local onde estavam aprisionados, mas acabaram sendo pegos e torturados. O complexo onde eles ficaram era vigiado por cerca de 300 homens armados.
Segundo Phelipe, a saída deles do local ocorreu com a ajuda da ONG Exodus Road Brasil e um acordo com o Exército Budista Democrático Karen (DKBA), grupo rebelde armado que domina a região onde fica a máfia que escravizou os brasileiros.
O jovem esperava mais apoio das autoridades brasileiras na operação de resgate e informou que as passagens de volta foram pagas pelo Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores foi procurado nesta quarta-feira (19), mas ainda não se manifestou. No último dia 12, em nota, o ministério informou que, por meio das embaixadas em Yangon, no Myanmar, e em Bangkok, na Tailândia, vinha solicitando os esforços das autoridades competentes, desde outubro do ano passado, para a liberação dos brasileiros.
O Itamaraty acrescentou que busca conscientizar os brasileiros que buscam emprego no exterior sobre os riscos do tráfico e contrabando de pessoas, com guias online e informes sobre os perigos das ofertas de empregos no Sudeste Asiático.
Com informações da Agência Brasil.