CASO DO VENENO

Mulher acusada de envenenar família com bolo é encontrada morta na cela

Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar a família do marido, foi encontrada morta na cela; polícia investiga as circunstâncias do caso

 

Deise Moura dos Anjos, presa sob suspeita de matar três pessoas da família do marido com um bolo envenenado, foi encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul. A morte ocorreu na manhã desta quinta-feira, 13, e, segundo a Polícia Penal, a principal suspeita é de suicídio por asfixia mecânica autoinfligida.

A detenta estava isolada na cela e foi descoberta sem sinais vitais durante a conferência matinal da unidade prisional. Servidores tentaram prestar socorro e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que confirmou o óbito. A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) foram acionados para investigar as circunstâncias da morte.

Deise foi presa no dia 5 de janeiro, após investigações apontarem que ela teria adicionado arsênio na farinha utilizada para assar um bolo de frutas cristalizadas. O doce foi servido durante um encontro familiar em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na véspera de Natal. Sete pessoas consumiram o bolo, três delas morreram em poucas horas. A sogra da suspeita, Zeli dos Anjos, que preparou o bolo, sobreviveu após ingerir uma quantidade menor da sobremesa contaminada.

A polícia também investigava se Deise tinha envolvimento na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, falecido em setembro de 2023. Ele teria sido envenenado após consumir bananas e leite em pó levados até sua casa pela nora. Exames confirmaram a presença de arsênio no organismo da vítima.

O chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, revelou que Deise deixou um bilhete antes de morrer, onde se dizia inocente e mencionava sofrimento e depressão. Além disso, um advogado da família do marido teria alertado a direção do presídio sobre o risco de suicídio da detenta um dia antes do ocorrido, após informá-la sobre o pedido formal de divórcio.

A Polícia Penal afirmou que Deise recebeu três atendimentos psicológicos e dois com a equipe de saúde desde sua transferência para Guaíba, em 6 de fevereiro. A unidade também destacou que realiza inspeções diárias nas celas.

As autoridades agora apuram os detalhes sobre como Deise conseguiu tirar a própria vida dentro da cela e se houve alguma falha na segurança do presídio. A morte da suspeita levanta questionamentos sobre o desfecho das investigações envolvendo os envenenamentos, já que o processo ainda estava em andamento e ela não havia sido julgada.

A Polícia Civil segue reunindo provas e ouvindo testemunhas para esclarecer todos os detalhes do caso, que se tornou um dos mais emblemáticos do Rio Grande do Sul nos últimos meses. 

 

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