Nesta terça-feira, dia seis de maio, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados analisa o pedido de suspensão do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), por agir de maneira incompatível com o decoro parlamentar.
O pedido de suspensão foi realizado um dia após o deputado protagonizar uma discussão durante a Comissão de Segurança Pública, que contava com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Na ocasião, o parlamentar utilizou dois momentos da reunião para relembrar codinomes presentes em planilhas da Odebrecht, reveladas na Operação Lava Jato como provas. Gilvan repetiu, em ambas as ocasiões, a palavra “amante”, que, segundo investigadores da Lava Jato, seria o apelido usado para identificar Gleisi Hoffmann. Além disso, ele também fez referências ao codinome “Lindinho”, que se refere a Lindbergh Farias, também deputado e atual companheiro de Gleisi.
O deputado não parou nas menções e, em outro momento da reunião, afirmou que a pessoa apelidada de “amante” devia ser “uma prostituta do caramba”.
Devido aos comentários, a ministra Gleisi Hoffmann levou a denúncia ao Supremo Tribunal Federal na noite desta segunda-feira, dia cinco de maio.
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados solicitou a suspensão cautelar do mandato de Gilvan por seis meses. Para os integrantes da Mesa, o deputado feriu a imagem da ministra, além de ter feito “insinuações ultrajantes”.
A proposta de suspensão será tratada como prioridade em relação às demais pautas do colegiado. No entanto, o pedido só será aceito se a maioria dos integrantes do Conselho votar a favor.
Além da eventual suspensão, o deputado também poderá ser alvo de um processo formal dentro do Conselho de Ética. As condutas listadas contra ele podem levar à cassação do mandato.
O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros quatro membros da direção assinaram o documento que solicita, com urgência, a suspensão do mandato do parlamentar.
Na noite de segunda-feira, o deputado foi ao plenário da Câmara e, sem mencionar diretamente Gleisi, pediu desculpas a quem “se sentiu ofendido”.
Vale ressaltar que Gilvan da Federal já se envolveu em outras polêmicas na Câmara. Em abril passado, o parlamentar fez ataques a governistas. Em uma das situações, ele afirmou que, por ele, o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, “poderia morrer”. Após a repercussão do caso, ele também pediu desculpas.