BOLSONARO RÉU

STF forma maioria para tornar Bolsonaro réu por tentativa de golpe

Ex-presidente e sete aliados serão processados por crimes contra a democracia

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta quarta-feira, 26, para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. A decisão histórica marca a primeira vez que um ex-mandatário eleito passa a responder judicialmente por crimes contra a democracia desde a Constituição de 1988. Outros sete aliados também foram incluídos na ação penal.

O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, composta por cinco dos 11 ministros da Corte. Até o momento, os votos favoráveis ao recebimento da denúncia foram proferidos pelo relator Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux. Ainda restam as manifestações dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

A decisão tem como base a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta indícios de que Bolsonaro e seus aliados planejaram e incentivaram um golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as provas, estão a chamada "minuta do golpe" e o plano denominado "Punhal Verde Amarelo", que previa a execução de figuras-chave do governo eleito.

Segundo o relator, não há dúvidas de que Bolsonaro conhecia e discutiu a elaboração desses documentos, utilizados para embasar a ação golpista. Moraes também reforçou que os ataques do ex-presidente às urnas eletrônicas desde 2021 ajudaram a criar um ambiente propício para a tentativa de ruptura institucional.

Os denunciados também enfrentarão acusações de organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Os demais réus

Além de Bolsonaro, tornaram-se réus:

  • Walter Braga Netto (ex-ministro e vice na chapa de 2022);
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator).

O que acontece agora

Com a aceitação da denúncia, Bolsonaro e os demais investigados passam oficialmente a responder a um processo criminal. A próxima etapa será a coleta de novas provas, depoimentos e a defesa dos acusados antes da eventual condenação.

O caso reforça o papel do STF na garantia do Estado Democrático de Direito e pode trazer desdobramentos importantes para o futuro político do ex-presidente e de seus aliados. Com a decisão, Bolsonaro enfrenta um cenário ainda mais delicado, podendo perder seus direitos políticos e enfrentar penas severas caso condenado.

Com informações da Agência Brasil.

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